Telefonei… Mal podia esperar para ouvir a tua voz, já não falávamos há algum tempo. O teu telemóvel não funcionava, não estavas em casa… Enfim desencontros que só o destino tem a capacidade de desvendar. O certo é que esperava ouvir aquelas palavras carinhosas que tanto precisava, sentir aquele abraço (se bem que virtualmente) como só tu sabes dar, na realidade precisava de ti, tinha saudades.
Mas deparei-me com a situação mais absurda que nunca imaginei vir a assistir. Todas as palavras (queridas, apaixonantes, remotas), transformaram-se como por magia, da má infelizmente, em palavras feias, em cinismos, em risos estultos, em tudo menos o que eu precisava naquele momento.
Começo a entrar em transe de ter tanto a questionar e não encontrar respostas para nada… Sim é verdade que te amo! Sim é verdade que nunca amei ninguém como te amo a ti! Sim já pensamos demasiadas vezes no “para sempre” que ele parece já nem ser real! E sim, não imagino a minha vida sem ti…
Mas a verdade é que tudo precisa de um novo rumo, tudo precisa de mudar. Eu daria tudo por ti, aliás como já o fiz várias vezes, e tu parece que não queres perceber isso.
Sentes-te o centro do mundo, sentes-te crescido, sentes-te capaz de tudo, sentes-te o sabedor de tudo e já não suporto mais isso… Gostava que me desses mais ouvidos, porque afinal eu já não sou nenhuma “criança” como tu teimas em fazer-me acreditar! Nutro sentimentos muito fortes, sou dotada de experiências que muitos no meu caminho já teriam desistido. Não sou nenhuma guerreira e muito menos me sinto uma sábia da vida, mas de uma coisa tenho a certeza, não sou nenhuma “criança”, e podes ter a certeza que “meto pessoas bem mais velhas e que se fazem de crescidas no bolso”!
Será que tudo vale a pena? Será que as lágrimas que broto valem a pena?
Já vi tanta gente a desistir por muito menos e também já vi tanta gente a dizer maravilhas sobre o amor…
É verdade que amar é a melhor coisa da vida, mas não está acima de ser feliz. Aliás é suposto o amor trazer felicidade. Eu sou muito feliz contigo (meu amor), mas temos tantos deslizes, temos tantos momentos que descemos tão baixo… Já aconteceu tanta coisa.
Eu amo-te mesmo muito, apesar de já não acreditar que tudo é para sempre.